Inteligência Artificial e o agronegócio

No segundo semestre de 2023, presenciamos uma série de revisões nas projeções de crescimento da economia brasileira para o mesmo ano. Um destaque notável foi o setor de agronegócio, que experimentou um notável crescimento de 21,6%. Esse setor está predestinado a se tornar o principal motor do PIB neste ano. Esse êxito não é apenas resultado da elevada demanda no campo, mas também da implementação de tecnologias inovadoras que revolucionaram toda a cadeia de produção.

 

Apesar da imagem tradicional do agronegócio envolver tarefas manuais e trabalho físico, o setor percebeu a necessidade de se reinventar diante da era digital. A adoção de ferramentas tecnológicas se tornou fundamental para se manter competitivo e aprimorar a qualidade dos produtos.

 

De acordo com dados do Radar Agtech Brasil 2020/2021, o Brasil abriga 1.574 agtechs, que são startups dedicadas ao agronegócio. Durante a pandemia, houve um aumento de 40% no setor em comparação com anos anteriores, demonstrando a abertura às mudanças e a disposição para abraçar novas soluções.

 

O agronegócio é considerado um dos mercados mais promissores do mundo. A ONU prevê um aumento de 2 bilhões na população mundial até 2050, o que exigirá um aumento de 60% na produtividade de alimentos. Diante desse cenário, a inteligência artificial (IA) emerge como uma aliada valiosa. Os investimentos nesse campo devem saltar de US$ 1 bilhão em 2020 para US$ 4 bilhões em 2026, segundo projeções da Markets & Markets.

 

IA no campo: colhendo benefícios

 

A IA permite mapear digitalmente propriedades rurais e treinar máquinas para detectar problemas, como doenças ou pragas, além de monitorar o fornecimento de água e nutrientes para plantas e animais.

 

No setor de criação de animais, a IA possibilita a criação de dietas personalizadas com base em raça, idade, peso e necessidades nutricionais de cada animal. Além disso, ela desempenha um papel fundamental na seleção genômica, identificando animais com maior potencial produtivo e melhorando a qualidade do rebanho.

 

A ordenha também se beneficia da IA, com robôs, sensores e algoritmos que identificam o rebanho, posicionam os animais e realizam a ordenha. A tecnologia avalia a qualidade do leite e detecta qualquer sinal de problemas de saúde nas vacas.

 

A IA processa grandes volumes de dados gerados na produção animal, fornecendo informações valiosas para auxiliar nas decisões estratégicas, otimizando a produção e maximizando os lucros.

 

Investir em inteligência artificial no agronegócio traz benefícios significativos e representa uma tendência irreversível para os produtores que desejam se manter competitivos nesse setor. O campo está caminhando para menos trabalho manual e mais tecnologia, consolidando a posição do agronegócio como uma força motriz na economia.

 

Fonte referência: Febraban Tech